domingo, 23 de junho de 2013

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO PARA ESTEATOSE



            Em relação ao tratamento medicamentoso, temos atualmente algumas medicações que comprovadamente promovem melhora da doença hepática gordurosa não alcoólica, e algumas outras que ainda não tiveram sua eficácia cientificamente comprovada, demonstrando melhora em alguns estudos e não em outros, de forma que até o momento não sabemos do real papel delas no tratamento desta condição. Dentre os medicamentos que comprovadamente promovem melhora da esteatose hepática, temos os exemplos do orlistat, da metformina, das glitazonas, das estatinas e da N-acetilcisteína.
           O Orlistat é um medicamento inibidor da lípase gástrica e pancreática. Inibe cerca de 30% da atividade destas enzimas, de forma a reduzir com isso a digestão e a absorção das gorduras ingeridas na dieta. Com isso, auxilia a perda de peso e a redução do nível lipídico. Como consequência, já foi demonstrado que seu uso contínuo é capaz de melhorar a resistência à insulina e até de reduzir a progressão de pré diabetes para diabetes. Como consequência do menor peso, do menor de teor de gorduras no sangue e da melhor ação insulínica que ocorrem na vigência do uso desta medicação, ocorre então melhora comprovada do teor de gorduras dentro do fígado.
          Já o medicamento que possui o melhor efeito sensibilizador à ação da insulina dentre todos disponíveis atualmente, diminuindo a resistência a ela, é a metformina. Seu uso promove melhor ação tecidual da insulina no seu receptor, principalmente a nível hepático, e com isso traz comprovada melhora na redução do depósito de gordura no fígado e, como consequência, redução de sua inflamação e do nível das transaminases hepáticas nos casos de esteatohepatite. As transaminases são enzimas que catalisam reações de transaminação (como a aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT), que são enzimas presentes no fígado). Estas enzimas são liberadas no sangue quando há danos à membrana do hepatócito. A causa mais comum de moderadas elevações destas enzimas é o fígado gorduroso.
          As glitazonas são outra classe de medicamentos que também atuam reduzindo a resistência periférica a insulina, e portanto também podem ser úteis no tratamento da esteatose hepática. No entanto, por atuarem principalmente na resistência muscular e um pouco menos na resistência hepática, sua contribuição no tratamento da esteatose hepática é um pouco menor do que a contribução da metformina.
          As estatinas, por sua vez, são inibidores da HMGCoA redutase, agem reduzindo os níveis séricos de colesterol (principalmente LDL, mas também triglicérides em menor quantidade), e desta forma contribuem também para a menor infiltração gordurosa do fígado.
          A N-acetilcisteína é uma medicação que, ao aumentar os níveis séricos de glutationa, consegue reduzir o stress oxidativo e com isso reduzir o quadro inflamatório hepático produzido pelo acúmulo de gordura dentro deste órgão.
          Além dos medicamentos acima citados, que são atualmente comprovadamente benéficos no tratamento da doença hepática gordurosa não alcoólica, há ainda uma série de outras drogas em estudos, cujo real papel ainda não foi identificado. O uso de vitamina C, vitamina D, vitamina E, betaína, pentoxifilina e ômega 3 são alguns exemplos de medicamentos com potencial ação antioxidante que poderiam teoricamente trazer algum benefício no tratamento da esteatose, mas cujos estudos científicos ainda não conseguiram comprovar benefício inequívoco até o momento.
         Finalmente, estudos mostram que o uso do ácido ursodesoxicólico, que é um ácido biliar fisiologicamente presente na bile humana, parece trazer também melhora nas condições do fígado gorduroso.
        Conclui-se, portanto, que grande parte do tratamento da doença hepática gordurosa não alcoólica está baseado na melhora ou reversão das condições que levaram ao seu aparecimento, como a obesidade, a alimentação gordurosa, o sedentarismo, a resistência insulínica, o diabetes e a dislipidemia. Medicamentos específicos também podem ser utilizados visando melhora desta condição, mas todos estes se baseiam no tratamento de seus fatores de risco, ou em última instância se baseiam na redução do stress oxidativo, visando reduzir a inflamação proporcionada pelo excesso de gordura já depositado. Ou seja, prevenir parece ser realmente o melhor remédio.


Referências bibliográficas:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2095707/

                                                                                              Post por Mayra Bespalhok

TRATAMENTO PARA A ESTEATOSE-HEPÁTICA NÃO ALCOÓLICA

   


            Como a maioria dos pacientes diagnosticados com esteatose são obesos e sabemos que a obesidade está diretamente envolvida com a fisiopatologia da doença hepática gordurosa não alcoólica, é  recomendável é mudar a dieta para uma dieta hipocalórica e  hipolipidica,com redução da ingestão de gorduras, dando preferência à ingestão de gorduras mono e poliinsaturadas, visando reduzir ao máximo o consumo de gorduras saturadas e de gordura trans. Além disso, deve-se estimular  a prática de exercícios físicos diariamente. Com essas mudanças de hábito de vida já conseguimos obter uma redução ponderal importante e grande melhora na resistência à insulina, nos índices glicêmicos e no perfil lipídico, com consequente redução do depósito e melhora na oxidação e na exportação de gordura pelo fígado.  Deve-se destacar que a redução de peso deve ser calculada para algo menor que um kilo de perda de peso corporal por semana, uma vez que o rápido emagrecimento, por aumentar a chegada de ácidos graxos livres no fígado, vindos da lipólise periférica em grande quantidade também pode agravar a esteatose. Desta maneira, deve-se fazer um programa de perda de peso com associação de dieta, atividade física, e até tratamento medicamentoso para obesidade se necessário (com uso de inibidores de apetite como a sibutramina, por exemplo, se houver indicação médica), visando uma perda de peso de aproximadamente 0,5 kg/semana.

           Para casos de obesidade extrema (IMC > 40 ou IMC > 35 com complicações associadas à obesidade), uma alternativa mais agressiva de tratamento seria a realização de uma cirurgia bariátrica, uma vez que a perda ponderal proporcionada por este tipo de cirurgia geralmente causa grande melhora ou até completa resolução dos quadros de doença hepática gordurosa não alcoólica. Deve-se estar atento, no entanto, para a possibilidade de piora inicial do quadro, haja vista que na grande maioria das vezes ocorre perda ponderal > 1 kg/semana nas primeiras semanas de pós-operatório. Com a desaceleração posterior do emagrecimento, a esteatose hepática costuma então estabilizar, e depois começa finalmente a apresentar grande melhora.  
             Também é possível fazer um tratamento medicamentoso junto ao paciente.

                                                                                                                    

 Referências bibliográficas:

                                                                                Post por Mayra Bespalhok
                                                                                                          

quarta-feira, 12 de junho de 2013

A JOVEM QUE DESEJA SER OBESA

                     
           Ao contrário da maioria das jovens, que buscam diariamente emagrecer, a inglesa Tammy Jung faz o oposto e adapta seu consumo caloria para a ingestão de 5mil calorias diárias.Com apenas 23 anos, a jovem Jung deseja ganhar bastante peso, para torna-se modelo plus size e fazer trabalhos na internet.A futura modelo conta com a ajuda do namorado que a incentiva a  comer baldes de frango frito e usar funil para ingerir milk shake.
            Mesmo sabendo que com essa dieta, a jovem corre riscos de saúde e prejudica seu corpo ela celebra seu ganho de peso e seus quilos a mais sem se preocupar. Tammy diz que além do que está ganhando ela ama comer. “Estou ganhando fazendo o que eu mais amo e eu quero fazer ainda mais.”,afirma. Com esse ganho acelerado de peso, e o grande consumo de gordura, varias complicações em seu corpo surgirão,podendo por exemplo atingir o fígado ocasionando uma futura esteatose.
             Criar tecido adiposo em excesso de forma saudável é muito difícil. Tammy opta por uma dieta nada  balanceada e rica em gorduras e carboidratos de forma exagerada acarretando em maior probabilidade de ocorrência de doenças como diabetes, hipertensão arterial, obesidade mórbida, colesterol alto e, inclusive a esteatose hepática. A ingestão de frituras, açúcar, doces, massas de forma excessiva e com um objetivo de aumentar o peso leva à maior concentração de gordura no fígado, podendo gerar a esteatose e possivelmente progredir para uma esteatohepatite e até mesmo a cirrose. Recomenda-se ir em busca de profissionais na área da saúde pra ter um acompanhamento e que possa oferecer dietas mais balanceadas e que possam diminuir o risco de surgimento de doenças em decorrência do excesso de gordura.
          No caso da jovem Tammy, ela está sobrecarregando seu corpo gerando além do ganho de peso, as co-morbidades decorrentes, por exemplo, alterações no metabolismo dos carboidratos, diabetes melito tipo II, hipertensão e dislipidemia, representam importante questão referente a riscos cardiovasculares e a esteatose-hepática não alcoólica. A resistência á insulina, um fator determinante, pois a insulina é o hormônio que metaboliza a glicose, isto é, que queima o açúcar e promove sua deposição no corpo sob a forma de gordura ou de músculo. Pessoas com excesso de peso tendem a apresentar resistência à insulina. Consequentemente, os níveis de insulina sobem no sangue, e assim, suas taxas hormonais estarão desreguladas. Com isso ela pode vir a sofrer de uma doença chamada compulsão alimentar e acúmulo de células adiposas no fígado.
           Para controlar a fome o exercício físico é fundamental. A capacidade da insulina em promover captação, oxidação e armazenamento de glicose nos músculos e tecido adiposo, assim como sua capacidade de suprimir as concentrações plasmáticas de ácidos graxos livres está diminuída na obesidade central. Assim, a regulação anormal da liberação de ácidos graxos pelo tecido adiposo pode potencialmente explicar muito da resistência à insulina, no que diz respeito ao metabolismo da glicose. Esse é um fator de risco que acomete especialmente o indivíduo acima do peso ou os obesos, e é um dos sintomas de um paciente de esteatose-hepática não alcoólica.
           Baseando na dieta junk food(tipicamente rica em caloria e de baixo valor nutricional) procurando comer mais gorduras e açúcar para obter o ganho de massa gorda, Tammy esta prejudicando seu organismo, e pelo fato dela esta tentando ganhar massa gorda(gordura) , dificilmente ela faria isso de uma força saudável, pois geralmente o objetivo de uma dieta equilibrada e saudável é o ganho de massa magra(músculo) e a perda de massa gorda.

                                                                                           
                                                                                                             Post Coletivo.

domingo, 2 de junho de 2013

A EVOLUÇÃO DA DOENÇA



           Estudos e pesquisas mostram que o problema da Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica (DHGNA) não se restringe apenas à esteatose, podendo essa afecção  evoluir para outras diferentes formas de doenças no fígado.
           A primeira evolução da doença é para a forma de esteato-hepatite. Como o nome diz, a esteato-hepatite é uma inflamação no fígado gerada pelo acúmulo de gordura, que pode acontecer em cerca de 20% dos pacientes com esteatose hepática. Nesta fase de esteato hepatite, começa a haver elevação de enzimas hepáticas no sangue, como a TGO e TGP, sendo que caracteristicamente ocorre TGP > TGO quando a esteato hepatite é decorrente de doença hepática gordurosa não alcoólica (na esteato hepatite de etiologia alcoólica, vemos habitualmente TGO > TGP). Esse quadro da doença é preocupante, pois além de sabermos que uma porcentagem de cerca de 10% dos pacientes com quadro de esteato hepatite evoluem para a cirrose hepática, ocorre que já na fase de esteato hepatite o funcionamento do fígado fica prejudicado, já que o órgão deixa de produzir algumas de suas enzimas e deixa de cumprir algumas de suas funções.
           A esteato hepatite não alcoólica pode progredir para a cirrose hepática em cerca de 10% dos pacientes. A cirrose é uma doença hepática caracterizada pela formação de nódulos de hepatócitos envoltos por fibrose difusa. A arquitetura do fígado fica bastante deformada, e os hepatócitos deixam de ter a capacidade de produzir várias de suas proteínas (como albumina e proteínas da coagulação), deixam de metabolizar drogas e toxinas no corpo, deixam de eliminar muitas substâncias na bile como geralmente o fazem. Tal afecção pode gerar diversas consequências no corpo do paciente, como anemia, hipoalbuminemia, aumento das parótidas e em alguns casos mais avançados insuficiência hepática descompensada.
           Cerca de 2% dos pacientes que apresentam o quadro de cirrose por evolução da esteatose e esteato-hepatite evoluem também para o câncer de fígado. O câncer de fígado pode gerar hemorragias gastrointestinais, insuficiência hepática e pode se disseminar pelo corpo (metástase). Se não for tratado corretamente tal doença pode levar o paciente ao óbito em cerca de 3 a 6 meses.
           Dessa forma, a esteatose hepática deve ser tratada ainda no seu inicio, já que como mostrado, ela pode evoluir para diferentes doenças mais graves , tendo cada fase de evolução um maior grau de dificuldade no tratamento, além de poder ao seu fim levar o paciente ao óbito.


Referências:




                                                                                            Post por Pedro Ivo Amador