quarta-feira, 17 de julho de 2013

O NOSSO MUITO OBRIGADO



      Com imensa satisfação e dor no coração entregamos esse blog para a avaliação final!
      Somos alunos do primeiro semestre da Universidade de Brasília, e nos foi dada a oportunidade de descobrirmos e aprendermos sobre algum assunto que acrescentará muito em nossa formação.
      Agradecemos a oportunidade ao professor, que tanto nos exigiu para que o trabalho saísse o melhor possível, e agradecemos a nossa tutora Drª Patrícia Salles que  nos ensinou e nos aturou com a maior paciência e dedicação.
     Terminamos esse trabalho com o dever de alertar a população e fazer tudo que está ao nosso alcance para ser um diferencial na vida das pessoas ao nosso redor. 
     Como estudantes do curso de nutrição da UnB, já temos o diferencial por ter aprendido e ensinado não só pessoas próximas como também em outros países onde esse blog foi visualizado.
      A experiência foi única e muito engrandecedora.                            
      O nosso muito obrigado ao professor Marcelo Hermes Lima professor de Bíoquímica e Biofísica da Universidade de Brasília e a endocrinologista Patrícia Salles.
                                                     
                       

               Bruna Garcia, Mayra Bespalhok,Julia Zenni, Pedro Ivo e Willian Vagner.


domingo, 14 de julho de 2013

BIOQUÍMICA DA NUTRIÇÃO RELACIONADA À ESTEATOSE



Um dos grandes causadores da esteatose hepática não alcoolica é a dieta a ser seguida pela pessoa que apresenta a doença, dieta essa que na maioria das vezes é desregrada e não balanceada, além de não ter sido orientada por um profissional da área da nutrição, o que gera uma má alimentação.

O acúmulo de gordura nos hepatócitos do fígado pode acontecer devido ao aumento da oferta de lipídeos pela dieta praticada pelo paciente, o que compromete tais hepatócitos e esses nutrientes acaba não sendo metabolizados e levados ao tecido adiposo. Esse acúmulo de gordura também pode ser gerado pela deficiência nas lipoproteínas, as chamadas VLDLs, responsáveis pela exportação dos lipídeos ao tecido adiposo.




Por estar muitas vezes associada à essa dieta rica em lipídeos, uma das melhores formas de tratar a esteatose é mudando os hábitos alimentares, ou seja, seguindo uma dieta específica prescrita por um profissional da área, um nutricionista.

A dieta para um paciente diagnosticado com esteatose deve ser hipolipídica e com exclusão de bebidas alcoólicas. Essa dieta pode ser mais restritiva dependendo do paciente, como por exemplo, se ele for hipertenso, diabético,  tiver com ácido úrico alto ou tiver com algum outro problema de saúde.

Nessa dieta, recomenda-se que a quantidade de lipídeos seja de cerca de 25% com relação ao valor calórico total da dieta, podendo manter os valores normais para proteínas e carboidratos, e em alguns casos diminuindo também os carboidratos para que haja uma redução nas taxas de gordura corporal do paciente. Preferencialmente os carboidratos devem ser de origem integral devido à grande presença de fibras solúveis nesses alimentos; essas fibras realizam uma função de grande importância na esteatose hepática, pois elas se complexam com a glicose e com os lipídeos presentes no bolo alimentar e dificulta a absorção destes, gerando então uma diminuição de seus níveis séricos.  Leites e derivados devem ser sempre com teor de gordura baixos, desnatados sempre que possível. É de grande importância evitar doces e alimentos açucarados, já que o excesso de glicose acarreta aumento dos níveis de triglicerídeos no sangue. É recomendado que se dê preferência à alimentos de menor índice glicêmico, pois os de maior índice promovem um pico de hiperglicemia, fator que desencadeia na formação de triglicerídeos, o que deve ser evitado. As gorduras mono e poli-insaturadas podem ser recomendadas pois influenciam no perfil lipídico sérico,  pois aumentam o HDL, porém tais ácidos graxos devem ser manejados com cuidados, pois estão presentes em alimentos de valor calórico alto, como nozes e castanhas.

Dessa forma, uma das melhores alternativas para um paciente com esteatose hepática é uma boa e regrada dieta, pois pode controlar totalmente a doença ou ameniza-la, dependendo do estágio em que ela se encontra na pessoa. 
Lembre-se que a prescrição de uma dieta é trabalho exclusivo de um nutricionista, e que cada pessoa possui uma dieta equilibrada específica para o seu corpo e sua rotina, em caso de necessidade procure um profissional da área.






Referências: 

http://www.nutricio.com.br/esteatose-hepatica.htm



                                                                                          Post por: Pedro Ivo Amador

ESTEATOSE FRENTE À CARDIOLOGIA

Entrevista com a cardiologista Drª Miriam Tereza Machado Santos  CRM-DF 4532. 
Médica responsável pelo diagnostico da ESTEATOSE na mãe de uma das alunas desse blog.


                                                              Post por: Mayra Bespalhok

FRUTOSE ASSOCIADA À ESTEATOSE HEPÁTICA E À DIABETES MELLITUS



  A frutose é um monossacarídeo encontrado principalmente nas frutas, verduras e no mel, podendo ser usada como uma fonte de energia alternativa. Além de ser encontrada na sua forma isolada, esta se encontra também associada à glicose, no dissacarídeo sacarose, além de também poder se encontrada formando tri ou tetrassacarídio em algumas leguminosas como, soja, lentilha, ervilha e feijão. O metabolismo da frutose ocorre no fígado, o qual tem uma grande capacidade de absorção e fosforilação desse açúcar  que pode ser transformado tanto em glicose, quanto em glicogênio. Com esses substratos energéticos abundantes, o fígado vai priorizar a síntese de piruvato por meio de vias metabólicas, como a glicólise, o qual vai ser transformado em ácidos graxos nas mitocôndrias. Estes ácidos graxos são usados como fontes de energia, quando estocados na forma de triglicerídeos, ou liberados no sangue como VLDL. Tal metabolismo torna a frutose um nutriente extremamente lipogênico, podendo até gerar esteatose hepática não alcóolica, quando ingerida em excesso. A frutose, por possuir sabor e estrutura química semelhantes a da glicose, faz com que este monossacarídeo seja uma alternativa de agente adoçante para os diabéticos, já que tal açúcar não necessita da insulina para ocorrer sua absorção. Portanto esse nutriente pode ter efeitos adversos sobre os lipídios do sangue e desenvolvimento de resistência à insulina, além de poder promover o ganho de peso e obesidade. Não há dados suficientes que comprovem essas hipóteses, afinal a maioria das pesquisas realizadas foi em ratos, porém deve-se ficar atento ao consumo exagerado da frutose adicionada a produtos industrializados. A preocupação com a frutose não se deve estender à frutose naturalmente presentes nas frutas e vegetais pois estes são alimentos saudáveis que possuem apenas uma pequena quantidade de frutose na dieta.
post por BRUNA GARCIA

    Referências:
    http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/63728/1/nepa-cap8.pdf

DIABETES MELLITUS PODE SER CONSIDERADO UM FATOR DE RISCO PARA A ESTEATOSE HEPÁTICA



       Diabetes Mellitus é uma patologia na qual o pâncreas para de produzir insulina ou as células param de responder à ação desse hormônio,  fazendo com que a glicose sanguínea não seja absorvida pelas células do organismo, o que causa o aumento dos seus níveis no sangue. Na falta de insulina ou no caso de resistência à ela, a lipase hormônio sensível fica intensamente ativada, removendo grande quantidade de triglicérides (estoque de gordura) do tecido adiposo, os quais são lançados no plasma na forma de ácidos graxos livres e são captados pelos hepatócitos. A quantidade de ácidos graxos que chegam ao fígado é muito maior que a capacidade de síntese de VLDL pelos hepatócitos. Consequentemente, ocorrerá o acúmulo nas células do fígado na forma de triglicérides. Ou seja, a falta de glicose nas células provoca mobilização de gordura do tecido adiposo para metabolização no fígado. Esses lipídeos, ultrapassando a capacidade do órgão de processá-los, podem se acumular nele, levando a esteatose hepática não alcóolica. Além disso, todas consequências que a resistência à insulina causa para gerar esteatose (citadas em um post anterior), podem ser consideradas consequências também da diabetes mellitus, já que tal resistência é causa dessa patologia. 

Referências:
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1582/esteatose_hepatica_nao_alcoolica.htm
http://www.abc.med.br/p/diabetes-mellitus/22360/diabetes+mellitus.htm
http://anatpat.unicamp.br/taesteatose.html

post por BRUNA GARCIA

sábado, 13 de julho de 2013

BIOQUÍMICA DO EXERCÍCIO RELACIONADO À ESTEATOSE


 
Quando falamos sobre esteatose não podemos esquecer de levar em conta as pessoas obesas ou diabéticas, pois quando diagnosticamos pessoas com esteatose, na maioria dos casos, ela não irá ter somente essa patologia.

O tratamento da obesidade sugere que o consumo energético seja inferior ao gasto energético, ou seja, deve gastar mais energia do que consome. A alimentação deve ser uma dieta hipocalórica bastante restrita, que seja orientada por um nutricionista e também é necessário um preparador físico para a prática de atividade, consequentemente, mudando o estilo de vida. A combinação de um baixo consumo calórico com exercícios físicos adequados ajuda a manter a taxa metabólica basal, que em pessoas gordas é mais alta, e melhora a eficácia de perda de peso por um longo tempo.

Os exercícios mais indicados são os aeróbicos, como exemplo, caminhadas, corridas e natação que possuem o gasto calórico mais significativo. Com a prática desses exercícios os benefícios podem ser: perda de peso, aumento da taxa do metabolismo, diminuição do apetite, melhora a qualidade do sono, prevenção de colesterol alto, regulagem da pressão sanguínea e o controle do diabetes.

A prática de exercícios físicos, sendo regulares, contribui para reduzir as necessidades da insulina. Com a aceleração das adaptações metabólicas e hormonais a sensibilidade à insulina se assemelha a um individuo normal, em razão das melhores respostas dos receptores de insulina, por conseguinte à melhora na forma física.

           Então, pratique exercícios físicos para prevenção e tratamento da esteatose.

Referências :
http://www.efdeportes.com/efd93/diabetes.htm
Post : Willian Vagner

sexta-feira, 12 de julho de 2013

RESISTÊNCIA À LEPTINA

         

      Geralmente, os pacientes com excesso de peso apresentam acúmulo de gordura em dois compartimentos diferentes do corpo: a gordura subcutânea (que fica entre os músculos e a pele, portanto em um compartimento mais superficial), e a gordura visceral (que fica dentro do tronco, internamente à camada muscular, em contato íntimo com o fígado e com os órgãos abdominais, sendo portanto uma gordura mais profunda). Sabemos hoje que o tecido adiposo é na verdade um grande órgão endócrino, pois além de ser um depósito energético, o tecido adiposo é também uma fonte produtora de diversos hormônios e citocinas.
     O tecido adiposo subcutâneo é o grande produtor do hormônio da saciedade, chamado leptina. A leptina é um hormônio que, ao ser produzido pelo tecido adiposo subcutâneo, tem como função sinalizar ao hipotálamo que a reserva energética já está bastante (e desta forma, é capaz de inibir o apetite), além de ter a capacidade de aumentar o gasto energético basal e aumentar a lipólise.
     O tecido adiposo visceral, por sua vez, é na verdade um grande tecido inflamatório. Ele é capaz de produzir uma série de proteínas inflamatórias para o corpo, como TNF alfa, IL-6, IL2, Interferon gama. Por este motivo, sabemos que os pacientes com acúmulo de gordura visceral são pessoas que vivem em um estado crônico de inflamação. E esta inflamação é quem vai causar um defeito na sinalização da leptina no seu receptor, caracterizando o que chamamos de resistência à leptina, muito presente na população obesa. A fisiopatologia da resistência a leptina é muito parecida com a fisiopatologia da resistência  a insulina, de forma que muitas vezes ambas andam juntas em um mesmo paciente.
     O paciente com resistência a leptina vai passar a não ter mais saciedade, a fome aumentará mesmo que de forma leve, ocorre uma queda da taxa metabólica basal, e a lipólise não fica mais ativada, causando então um ciclo vicioso que contribui para cada vez maior agravamento da obesidade.
     Além disso, sabemos que pacientes com alimentação gordurosa podem desenvolver resistência à leptina mesmo não havendo um aumento do peso, já que a própria alimentação gordurosa é um fator que leva a um maior ambiente inflamatório dentro do corpo, independente da quantidade de gordura visceral. Isto pode ser explicado, por exemplo, pela diferença entre a flora intestinal de pessoas com alimentação rica em gordura (mesmo magras)  e a flora intestinal de pessoas com alimentação saudável. Sabe-se que a flora intestinal dos pacientes com dieta hiperlipídica é uma flora extremamente pró inflamatória, e causa alterações metabólicas no organismo decorrentes desta inflamação, que podem cursar com a resistência a leptina.
     Para entender melhor um a importância da leptina no funcionamento do corpo, costuma-se estudar uma doença chamada lipodistrofia, que é uma doença genética rara em que a pessoa não possui tecido adiposo subcutâneo algum. Desta forma, a produção de leptina também é nula. Pessoas com esta doença apresentam um fenótipo físico aparentemente mais musculoso, já que não possuem gordura nenhuma encobrindo os músculos. Nestes pacientes, toda a gordura ingerida é estocada sob a forma de gordura visceral.  Desenvolve-se então um quadro de inflamação sistêmica grave, com grande resistência a insulina. Como consequência, pacientes com lipodistrofia apresentam esteatose hepática gravíssima, desenvolvendo ainda na fase infantil a esteatohepatite, evoluindo muitas vezes para a cirrose hepática na vida adulta. É notória a presença clara da hepatomegalia. Invariavelmente desenvolvem diabetes de difícil controle, com necessidade de doses altíssimas e crescentes de insulina para seu tratamento. Como a leptina é ausente, o tratamento com leptina torna-se eficaz neste modelo de pacientes. Com o uso da leptina, estes pacientes passam a comer menos, a gordura no fígado diminui, a lipólise aumenta, e a taxa metabólica basal aumenta. Com auxílio de uma dieta com baixo valor calórico, conseguem com mais eficiência evoluir para a perda de peso, com melhora de todas as taxas metabólicas.
    No entanto, o uso de leptina como tentativa terapêutica da obesidade por excesso de calorias não mostrou o mesmo sucesso. E a explicação para isso é que, nos casos de obesidade exógena, sabe-se que não ocorre falta de leptina (como ocorre nos casos de lipodistrofia), mas pelo contrário, a leptina encontra-se até em excesso, já que sua ação fica prejudicada pela resistência. O problema não é a sua deficiência, mas o defeito da sua ação no seu receptor. Como consequência, ocorre aumento dos níveis séricos de leptina como tentativa de compensação deste defeito.
   A resistência a leptina pode ser comprovada através da dosagem da leptina sérica, que encontra-se bastante aumentada nestas situações. Muitas vezes, pacientes que apresentam resistência à insulina também apresentam resistência à leptina, mesmo que leve, já que a fisiopatologia de ambas é muito parecida.
   Como a  resistência a leptina é consequência dos hábitos alimentares e hábitos de vida, conclui-se que, assim  como no tratamento da esteatose hepática, faz-se necessária uma importante mudança do estilo de vida para melhora deste tipo de situação.



                                                                                        Post por: Mayra Bespalhok

COMO A ATEROSCLEROSE PODE SER RELACIONADA COM A ESTEATOSE HEPÁTICA NÃO ALCOÓLICA

     

     Como já foi abordada anteriormente, a doença esteatose hepática gordurosa, na maioria das vezes surge de distúrbios do metabolismo, como por exemplo, a resistência á insulina, a qual foi explicada minuciosamente anteriormente.

     A resistência à insulina é comum em diabéticos, obesos e portadores de outras doenças relacionadas com o metabolismo, pois a insulina é um hormônio que regula diversas funções no organismo, entre elas a função de avisar as células de que há glicose em excesso no sangue, promovendo então a utilização da mesma e o acúmulo do excedente em forma de glicogênio no fígado e a produção e acúmulo de lipídeos, principalmente no tecido adiposo. 

    Desta forma, na resistência à insulina, a quantidade de insulina produzida no organismo passa a ficar aumentada, tentando compensar o problema já que as células diminuem a sua capacidade de detectá-la. Assim, os tecidos do organismo se comportam como se houvesse pouca insulina, mesmo que a sua quantidade esteja aumentada, e invertem o processo de acúmulo para o de liberação de energia, como se houvesse falta de açúcar no sangue (mesmo que esta também esteja em excesso).

   O resultado é que as gorduras acumuladas no tecido adiposo em forma de lipídeos são quebradas e transformadas em ácidos graxos para a sua utilização como fonte de energia. Ou seja, a lipólise periférica fica muito exacerbada, havendo liberação de grande quantidade de ácidos graxos livres no plasma. Este excesso de ácidos graxos será captado e acumulado no fígado, como uma defesa do organismo no sentido de reduzir o acúmulo destes nos vasos sanguíneos, já que este acúmulo pode levar à formação de placas de gordura nas artérias (aterosclerose), que por sua vez pode levar a diversas outras doenças, como infartos cardíacos ou cerebrais.
                                  

     Para entender melhor por que ocorre este acúmulo de gorduras na corrente sanguínea, é preciso saber como se dá o ciclo dos triglicerídeos no nosso organismo. Após uma refeição, os triglicérides ingeridos na dieta são 'empacotados' pelas células da mucosa intestinal em partículas de lipoproteína chamadas quilomícrons, que são partículas cuja finalidade é transportar lipídeos pela corrente sanguínea, principalmente triglicérides e colesterol, passando por diversos órgãos e tecidos até chegarem ao fígado. Os quilomícrons, enquanto circulam na corrente sanguínea, vão sendo metabolizados pela enzima lipase lipoproteica, presente nos capilares. A lipase lipoprotéica quebra as moléculas de triglicérides em ácidos graxos livres.                                
      Os ácidos graxos, por sua vez, podem ficar livres no sangue ou podem ser incorporados aos adipócitos e novamente esterificados com glicerol, voltando a formar triglicérides, que são então armazenados dentro do tecido adiposo como forma de estoque energético.
      Ao chegarem no fígado, as partículas de quilomícrons serão então quebradas, e seus componentes serão reaproveitados para a síntese de um novo tipo de partícula que também tem como função ser uma fonte de energia para as células: as VLDL. As VLDL são então exportadas para a circulação pelo fígado, sendo uma oferta de triglicérides para utilização pelas células (ou para estoque pelos adipócitos).
      Quando comparadas aos quilomícrons, as VLDL são mais densas e com maior proporção de proteína. São sintetizadas basicamente no fígado para exportação de triglicérides para os tecidos, especialmente o tecido adiposo. Ao passar pelos capilares, boa parte dos triglicérides são retirados pela enzima lipase lipoproteica, de modo que a partícula fica menor, mais densa, e mais rica em colesterol.
      As LDL, por sua vez, são um terceiro tipo de lipoproteína. Estas são ricas em ésteres de colesterol, e são a principal forma de distribuição de colesterol aos vários tecidos, onde sua utilização é feita para síntese de membranas e hormônios. As LDL são captadas pelas células mediante receptores de membrana especiais, que a célula produz na medida de sua necessidade de importar colesterol. A carência destes receptores, chamados receptores BE, é responsável pela doença chamada hipercolesterolemia familiar, caracterizada por aterosclerose intensa e precoce. As LDL são moléculas menores e muito aterogênicas, pois quando em excesso, são capazes de entrar no endotélio dos vasos e causar acúmulo de colesterol na parede das artérias, gerando as placas de ateroma. Quanto menores forem estas partículas, mais aterogênicas elas serão (pois maior será sua capacidade de penetrar no endotélio).
     As HDL, por sua vez, são um quarto tipo de lipoproteína que originam-se em parte do metabolismo das VLDL e dos quilomícrons pelas lípases lipoproteicas, e em parte do fígado e intestino. No plasma, captam colesterol não esterificado das LDL e das placas ateroscleróticas e o incorporam em seu centro hidrofóbico, entregando-o aos hepatócitos para catabolismo. Agem, portanto como “lixeiros” de colesterol. A concentração de HDL é inversamente relacionada à incidência de aterosclerose coronária, talvez refletindo sua eficiência em remover colesterol.
  Nos pacientes com resistência a insulina, observa-se uma reduzida ação da lipase lipoprotéica na metabolização das partículas de quilomícrons e VLDL. Como consequência, observa-se um acúmulo de partículas ricas em triglicérides, observando uma hipertrigliceridemia nestes pacientes. Como segunda consequência do mau funcionamento da lipase lipoprotéica, ocorre um déficit na formação das HDL, sabidamente protetoras do ponto de vista cardiovascular. Como consequência do aumento das partículas de VLDL no sangue, começa a haver grande troca de colesterol e triglicérides entre as moléculas de VLDL e LDL, pela enzima CETP, responsável por estas trocas no plasma. Formam-se então moléculas de LDL ricas em triglicérides. Estas moléculas possuem alta afinidade por um outro tipo de enzima, chamada lipoproteína lipase hepática, que é capaz de metabolizar estas partículas de LDL enriquecidas em triglicérides, e devolvê-las para o plasma como partículas bem pequenas de LDL. Como consequência, formam-se moléculas de LDL muito pequenas e densas, e por isso mais aterogênicas.

   Desta forma, observa-se que nos pacientes com esteatose hepática, é muito comum observar-se um perfil lipídico muito aterogênico, caracterizado pela hipertrigliceridemia, redução de HDL, e presença de moléculas de LDL pequenas e densas, semelhante ao que ocorre nos quadros de diabetes mellitus tipo 2 e nos quadros de resistência a insulina pura. O acúmulo de ácidos graxos dentro do fígado observado na esteatose gera um quadro de resistência hepática a insulina muito grande, comprometendo todo o metabolismo de nosso organismo e desencadeando um efeito dominó em toda a economia orgânica. 




Referências bibliográficas:


                                                                                                   Post por: Júllia Zenni

segunda-feira, 8 de julho de 2013

RESISTÊNCIA À INSULINA


A resistência à insulina é um dos principais causadores de esteatose hepática nos individuos. Entendam o porque disso:

AÇÃO DA INSULINA
Todas as células do corpo humano possuem receptores de insulina na membrana. O receptor de insulina tem como estrutura duas subunidades alfa do lado de fora e duas subunidades beta do lado de dentro da célula. Quando a insulina se liga nas subunidades alfa, ocorre a junção das subunidades beta que consequentemente ativam uma enzima chamada tirosinoquinase que está localizada dentro do receptor. Tal enzima, ao ser ativada, começa a fosforilar a tirosina, que é um aminoácido existente tanto dentro de proteínas das células, quanto de proteínas do próprio receptor. Dentre essas proteínas que possuem a tirosina em sua composição, existem as IRS, as quais são as causadoras da ação da insulina. Existem vários tipo de IRS, a 1,2,3,4 e cada uma, ao ser ativada, atua em uma ação da insulina. De forma similar a outros fatores de crescimento, a insulina usa fosforilação e interações proteína-proteína como ferramentas essenciais para sua atuaçao. Tais interações são fundamentais para transmitir o sinal do receptor em direção ao efeito celular final, como por exemplo estimular a translocação de transportadores de glicose (GLUT4) do citoplasma para a membrana plasmática, ativação da síntese de glicogênio e de proteínas, formaçao de glicose e transcrição de genes específicos. Quase todas as funções da insulina são mediadas pela fosforilação das proteínas IRS.

RESISTÊNCIA À INSULINA
Existem dois tipos de gordura, as subcutâneas que são as gorduras localizadas nos membros, e a visceral que está presente na área abdominal. Essa gordura visceral é uma gordura hormonalmente ativa, ou seja, ela produz hormônio e várias substâncias inflamatórias como tnf-alfa, interleucina 6 e interleucina 2. Tais proteínas inflamatórias, ao se ligarem aos seus receptores de membrana, ativam enzimas como serinoquinases e trioninofosfatases, as quais vão fosforilar resíduos de serina e trionina que estão presentes em toda a célula, inclusive nos receptores de insulina. Quando há o caso de obesidade visceral ou uma alimentação rica em gordura, há um aumento da concentração dessas substâncias inflamatórias na corrente sanguinea, que consequentemente vão causar maior fosforilação de resíduos de aminoacidos inapropriados em vez dos resíduos de tirosina, ou seja, o receptor vai exercer sua função de forma inadequada deixando de estimular as IRS e começando a estimular estress oxidativo e morte celular. Além disso, as proteínas inflamatórias ativam a enzima tirosinofosfatase, a qual retira fósforos (desfosforilam) dos resíduos de tirosina, aquelas que deveriam estar fosforiladas. A resistência à insulina se resume ao mal funcionamento dos receptores, ou seja, quando eles começam a desfosforilar os resíduos que deveriam estar fosforilados, e a fosforilar os que deveriam estar desfosforilados, e isso aumentará a chegada de gordura no fígado e a sua produção, além de reduzir a metabolização da gordura e a exportação desta.

MAIOR CHEGADA DE GORDURA: O tecido adiposo está sempre em síntese e quebra de gordura (lipogênese e lipólise). A lipólise é feita por uma enzima chamada lipase hormônio sensível que é inibida com a ação da insulina. No entanto, nas pessoas que estão inflamadas como dito antes, estão com a ação da insulina bloqueada ou seja, a lipase hormônio sensível fica sempre ativada independente da ingestão de comida. Consequentemente, vai estar ocorrendo quebra de triglicerídeos (forma de estoque de gordura) descontroladamente e liberando ácidos graxos para o plasma sanguíneo, ou seja, aumentando a chegada de gordura no fígado.

MAIOR PRODUÇÃO DE GORDURA NO FÍGADO: no fígado existem várias enzimas que servem para produzir gordura, que teoricamente deveria ser para exportada para o resto do corpo. Entre elas há SREBP 1A e SREBP 1C, as quais não dependem da fosforilação da IRS para funcionar mas sim da própria insulina a qual está acumulada no sangue já que há uma resistência em seus receptores. A grande quantidade de insulina no sangue gerará uma maior ativação das SRBP 1A e 1C que consequentemente usará vários substratos energéticos abundantes no sangue como glicose e aminoácidos, para exercer a lipogênese no fígado.

MENOR METABOLIZACAO DE GORDURA: a lipólise no fígado depende de uma cadeia de enzimas diferentes que atuam em determinados ácidos graxos. Tais enzimas vão realizar a B-oxidação  que quebram esses ácidos graxos em acetil-coa, o qual é um substrato do ciclo de Krebs para a produção de ATP. Essas enzimas que realziam a B-oxidação sofrem de resistência à insulina, ou seja, dependem da fosforilação do IRS para funcionar, e com a inexistência suficiente dessa proteína, a B-oxidação não é realizada, diminuindo a produção de ATP e aumentando a concentração de ácidos graxos no fígado. 

METABOLISMO DO COLESTEROL: Tudo que comemos e que possui gordura vai ser empacotado em forma de quilomicrons para ser transportado ate o fígado. Este vai quebrar e reempacotar a gordura em moléculas de VLDL, ou seja, o fígado sintetiza o VLDL como uma molécula exportadora do excesso de gordura. Para a formação deste colesterol, o fígado vai utilizar proteínas como a apoB100 e a apoE. E no caso de resistência à insulina, como não haverá o IRS na quantidade adequada, o fígado não vai conseguir sintetizar a apoB100 corretamente, já que sua produção depende da ação da insulina intermediada por esta proteína. Já que não há forma de exportação de gordura, o fígado vai estocá-la, aumentando ainda mais a concentração de gordura hepática e consequentemente aumentando a chance da obtenção de esteatose.


post por BRUNA GARCIA