As
mudanças socioeconômicas, culturais e tecnológicas alteraram os hábitos ao
longo do tempo. Podemos observar que nossos antepassados possuíam um estilo de
vida muito mais saudável em relação à alimentação que o atual, e a prática
de exercícios físicos era diária e contínua.
As
estimativas atuais sugerem que os maus hábitos da sociedade, como uma dieta
hipercalórica e de baixa qualidade nutricional e a presença do sedentarismo,
contribuem para que o organismo desenvolva uma série de patologias que
atualmente estão sendo estudadas, entre elas está a Doença hepática gordurosa
não alcoólica(das quais fazem parte a esteatose hepática, a esteato-hepatite e
a cirrose hepática).
A esteatose hepática é caracterizada por um
acúmulo superior a 5 % de gordura no fígado, Estudos epidemiológicos mostram
que até 30% da população mundial é portadora de esteatose hepática, sendo que entre
os obesos esta prevalência aumenta para até 70% chegando à alarmante prevalência de praticamente
100% quando se fala em obesos mórbidos diabéticos.
Para
o diagnóstico de doença hepática gordurosa não alcoólica, deve-se fazer uma
avaliação completa do paciente com anamnese, exame físico, exames laboratoriais
e exames de imagem. Na anamnese (diálogo
entre paciente e médico para averiguar os fatores de risco), pergunta-se ao paciente a
respeito dos hábitos alimentares, estilo de vida, presença de vícios como o
fumo e o alcoolismo, apneia do
sono e histórico familiar. Ao exame físico, deve-se atentar à presença de
alguns sinais suspeitos como hepatomegalia, dor em hipocôndrio direito e a
presença de acantose nigricans (presença de tecido aveludado e escurecido na
região cervical e regiões de dobras como as axilas, sugestivo de resistência
insulínica). Os exames laboratoriais podem demonstrar aumento (enzimas
hepáticas como TGP, TGO bilirrubinas, GGT e fosfatase alcalina) nos
casos em que o paciente já tiver evoluído para um quadro de esteato-hepatite,
além de poderem verificar com mais precisão o diagnóstico de resistência a
insulina. Em alguns casos, exames mais sofisticados como ultrassom de abdômen, tomografia
ou ressonância podem ser necessárias para um diagnóstico mais certo e preciso.
Em
metade dos casos diagnosticados com a doença, ela se apresenta de forma
assintomática. Na parcela de pacientes em que ocorre alguma sintomatologia
clínica, geralmente os sintomas são inespecíficos e sutis (geralmente cursando
apenas com um quadro de mal estar geral, desconforto abdominal, dor em
hipocôndrio direito, náuseas, dispepsia, fadiga).
O
tratamento da doença deve ser feito readequando os hábitos e o estilo de vida. Alterar
a alimentação para uma dieta hipolipídica (redução da ingestão de gorduras, principalmente
as saturadas e trans), perder peso corporal, diminuir o percentual de gordura e
evitar medicamentos que prejudiquem o fígado são mudanças imprescindíveis. Em
alguns casos mais graves há necessidade do uso de medicamentos como o
metformina, que sensibiliza a insulina pelo fígado combatendo a resistência da
mesma. Outros medicamentos com eficácia comprovada cientificamente que podem
ser também utilizados para tratamento desta condição são as glitazonas,
N-acetilcesteína e orlistat.
Após o diagnóstico tardio da doença e sem os
devidos tratamentos, 30% dos pacientes podem desenvolver a esteato-hepatite (inflamação
do fígado). Desses, 10% podem desenvolver cirrose hepática, podendo evoluir para
um câncer de fígado em 2% dos casos.
Fiquem atentos!!!!!!! Post Mayra Bespalhok.
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